terça-feira, 14 de dezembro de 2010

DE PIRES NA MÃO

O Flamengo vê o ano de 2010 terminar de forma melancólica. Time quase rebaixado, a marca desvalorizada, futebol sem patrocínio, torcida infeliz. Eu bem que relutei para não cometer erros ao criticar a conduta de Patrícia Amorim à frente do clube. Mas terei que fazer. E vou além! Vou fazer comparações com passado recente do Flamengo.
Patrícia Amorim assumiu o clube com características de mudanças. A primeira mulher a dirigir o clube da maior torcida do Brasil. Trouxe esperança. Carregava na bagagem um título brasileiro como trunfo na manga para alavancar a economia do clube Muitos elogios e esperanças depositadas na sua figura, ilibada, distinta.
Mas esquecemos senhores de olhar para quem viria por trás, no suporte a atual presidente. Nomes como Hélio Ferraz, Luiz Augusto Veloso, entre outros.
Após citar esses nomes me apego à história do clube e volto ao ano de 1993. Assim como em 2010, o Flamengo vinha de um título nacional, conquistado por Júnior e Cia. Houve também troca no comando. Em 1993, Luiz Augusto Veloso assumiu a presidência.
Naquele time de 1992 havia a experiência somada à juventude. Na banda experiente estavam Júnior, Gilmar, Wilson Gottardo, Uidemar, Gaúcho e uma geração habilidosa e com um futuro esplendoroso: Júnior Baiano, Marquinhos, Fabinho, Marcelinho, Djalminha, Gélson, Piá, Nélio, Paulo Nunes.
O time de futuros craques, aos poucos foi desmantelado.  A falta de visão e incapacidade administrativa fez tal presidente vender as jóias criadas no clube e o Flamengo amargar os anos de 1993 e 1994 sem títulos. Em 1995 apesar de não conquistar nada no ano de seu centenário, era outra diretoria. Djalminha foi vendido ao Palmeiras quase de graça, assim como Marcelinho ao Corinthians, onde virou ídolo eterno. Júnior Baiano foi requisitado por Telê Santana ao São Paulo e desfrutou com o mestre sua fina capacidade de jogar bola. Marquinhos também brilhou por Palmeiras e Guarani. Fabinho, no Grêmio mais a frente. Paulo Nunes fez história no Grêmio e Palmeiras.
Alguns anos se passaram e eles retornaram ao clube. Desta vez com Patrícia Amorim como testa de ferro. Que tentou se esquivar das críticas atrás da figura de Zico. Mas a podridão que ronda a política do clube derrubou o eterno ídolo. E por muito pouco não manchou a história do galinho na Gávea. Graças a Deus a torcida apoiou o lado do bem e defendeu seu eterno herói.   
Agora o clube perdeu patrocínio de R$ 25 milhões/ano da Batavo. O marketing negocia com três futuros patrocinadores. Mas nada de concreto foi informado. O campeonato brasileiro terminou a duas semanas, clubes vêm se reforçando desde já para a próxima temporada e o que se vê pelo lado da Gávea e a deteriorisação de um grupo que conquistou uma Copa do Brasil, uma vaga na Libertadores 2008, numa arrancada do fundo do poço ao estrelato, três estaduais seguidos, ultrapassando pela primeira vez na história o Fluminense. O grupo chegou ao hexacampeonato no embalo da torcida e na força dos principais jogadores.
Não que eu seja um apaixonado pela diretoria que saiu. Acho tão incompetentes quanto. O problema no Fla não está apenas na forma de gerir. E sim nas pessoas que gerem. Entra ano e sai ano são os mesmos. O estatuto do clube favorece a meia dúzia de gatos pingados, que se prevalecem do clube para se manterem na mídia. Mal ou bem o Flamengo sempre foi clube de conquista, de glórias, mesmo nesse modo arcaico de administração. Mas, a história recente mostra que o barco está virando e não tem remo nem leme que dê um norte para esta situação. A instituição é maior que qualquer um que venha passar por lá. A torcida é sua maior riqueza e patrimônio não pode ficar no sofrimento com disse-me-disse e de talvez, quem sabe. O Flamengo tem que ser superlativo. Para falar no Flamengo tem que ser no imperativo. Chega de carinha bonita, dizer que  está tudo bem, porque não está. O torcedor não é burro. Ele sofre muito com essas mazelas. Chegou a hora de todos acordarem para dar um futuro melhor ao clube.
E o futuro? O que nos reserva? Vamos aguradar para ver...

Um comentário:

  1. O que me revolta é que essa cambada de sanguessugas "vivem do Flamengo, não para o Flamengo". Zico percebeu que não valia a pena dar murro em ponta de faca. Uma pessoa que dedicou praticamente toda a sua vida ao clube de coração. Não há paixão que resista tamanha falta de respeito e consideração. Ele bem que tentou fazer alguma coisa, mas a podridão que toma conta da Gávea foi mais forte que ele. Deus me livre, porque tem horas que penso: O que seria melhor para o Flamengo nesse momento? Cair para a segunda daria jeito? Sei lá cara é muito difícil de pensar nessas coisas. O que eu não quero ver, são esses pseudo dirigentes acabarem com o clube pelo qual sou apaixonado. Paixão essa, passada de pai para filho! Nasci na época considerada a era de ouro do Flamengo. Tenho fé que um dia essa nuvem negra saia de cima da Gávea, que seja apenas um pesadelo. Porque acima de tudo, sou Rubro-Negro! E como já é dito no hino: Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer!

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