quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O MERCANTILISMO DA FIFA

O Presidente da FIFA, Joseph Blatter, anunciou, nesta quinta-feira, em Zurique, na Suíça, as sedes para as Copas de 2018 e 2022, que irão suceder a Copa de 2014, que será realizada no Brasil. As escolhidas foram Rússia e Qatar, respectivamente.
A cerimônia contou com representantes de diversas entidades do futebol, como o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que compõe a comissão de votação que escolheu as futuras sedes. Disputavam as vagas para 2018 Holanda/Bélgica, Espanha/Portugal, Inglaterra e Rússia. Para 2022 as candidatas eram Austrália, Japão, Coréia do Sul, Qatar.
As escolhas por Rússia e Qatar deixaram bem claras o objetivo da FIFA para os próximos anos que é a busca por novos mercados e a expansão do futebol em continentes pouco explorados por grandes investidores.
A escolha pela Rússia em 2018 de certa forma surpreendeu, já que disputava a chance de sediar uma Copa com concorrente fortíssimas como a campanha Ibérica ( Espanha/Portugal) e com a Inglaterra, que desde 1966 não sabe o que é sediar esse evento. Mas a escolha pelo país russo tem esse legado. De levar ao país, que por muito tempo ficou alijado de disputas comerciais pela sua doutrina comunista, na época da antiga União Soviética (URSS) e agora tem a aposta de investidores emergentes para abranger aquele mercado.
Já a grande novidade vem do Oriente Médio. O Qatar pela primeira, naquela região do continente asiático, vai sediar uma Copa e promete vir com muitas novidades. Os sheiks irão investir pesado em estádios modernos e em tecnologia. Prometem fazer estádios móveis, que poderão ser desmontados ou até mesmo transportados dependendo da necessidade. Outra novidade prometida será a transmissão de jogos de maneira holográfica, nos intervalos, onde os espectadores assistirão gols de outros jogos, como se estivessem neles.
Em relação à Rússia, existe um temor velado pela opinião pública. A FIFA possui alguns escândalos pouco divulgados e que o interesse de alguns magnatas russos podem ter pesado severamente na escolha deste país. Ainda é algo a ser investigado. Ao traçar um paralelo com o Qatar, o país do Oriente Médio se apresenta de forma distinta da Rússia. Lá existe um mercado esportivo em expansão, explorado por outros esportes de altíssimo investimento como tênis e Fórmula-1.  O futebol desta vez chega ainda com mais força. Clubes da Europa já investem em suas pré-temporadas em países árabes. Até mesmo o torneio de Campeões Continentais deixou de ser disputado no Japão e passou a ser realizado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
Agora ficou bem clara a política do presidente da entidade, Joseph Blatter, em expandir negócios e tornar o órgão máximo do futebol em uma potência global, sem margens, sem fronteiras. E que a caravela da FIFA agora vai se erguer em muito minério e petróleo.

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