quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O QUE É A SAÍDA DO ENGENHÃO ?

Vou nem comentar a chegada se não vou afastar ainda mais o público do Estádio. Me recordei agora, quando estive na Rádio Bandeirantes AM, em 2008, cobrindo a chegada e a saída dos torcedores dos Estádios.

Lembro que o Engenhão recebia públicos regulares entre vinte, trinta mil. Comecei cobrindo jogos do Botafogo na Copa do Brasil, que naquele ano foi eliminado nas fase semifinal. Saía do estádio ás 1:00h da manhã e sem carro sofria para deixar as redondezas do Engenhão. Até a minha casa, em São Gonçalo, levava até duas horas e meia de viagem. Ônibus para o Centro do Rio são apenas dois pela ALA SUL - 277 e 254, da mesma empresa(ACARI). Demoravam em média uma hora entre um e outro.

Os trens lotados, mal dava para chegar na estação, mal iluminada. A polícia chega determinado momento vai embora, toda de uma vez. No inicio, as vans faziam "bandalhas" e ofereciam e preços alarmantes para uma viagem até o outro lado da "poça".

Porém, os jogos importantes foram acabando e o médio público se afastou. As vans nunca mais voltaram. Os ônibus mantiveram sua escassez e os trens a inoperância. Mas ainda tinha o Maracanã

Hoje, o público que frequenta estádio de futebol mudou em relação aos anos 70 e 80. Quem vai ao estádio é o público de classes B, C e D. Não é qualquer um que tem disponivel, por semana R$80,00 para comprar ingressos(nem que seja para um jogo na semana). Quem tem, quer conforto, quer ir de carro, utiliza pouco o transporte público. O individualismo é uma característica triste do braisleiro. E agora sem o Maracanã, (mais centralizado na cidade) ir ao Engenhão se tornou um passeio ao TREM FANTASMA, cheio de surpresas.

A imprensa bate tanto nessa tecla, mas ninguém faz nada. Sabe por quê? Porque, quem detém os direitos de transmissão quer mais é estádio vazio e você com o pacote completo por assinatura. Até mesmo o pobre hoje tem tv à cabo. Legal ou ilegal, mas tem.

Então, o assunto é muito mais complexo do que imaginamos e a boa vontade é muito menos vista por quem precisa.

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