Para aqueles que acharam que a Copa América foi um misto de frustração, incompetência e falta de brilho por parte de muitos craques, a competição deixou um legado, um exemplo. A Copa América foi além. Como em poucas vezes vista na história do futebol, a justiça foi feita. O melhor sul-americano no mundial foi também o vencedor dentro do continente.
Muitos preferiram maquiar a desclassificação brasileira, nos pênaltis para o Paraguai, colocando culpa no gramado (ruim para os dois), outros tiraram o foco da luta paraguaia contra nossa seleção em dois jogos com o discurso de que o Paraguai poderia ser campeão sem nenhuma vitória. Isso é desprestigiar o vencedor, amenizar os problemas evidentes há anos no nosso futebol. Se o Paraguai chegou à final com empates, antes de mais nada o que precisa ser revisto é a forma de disputa do torneio.
Mas não estou aqui para falar sobre os “guaranis”. E sim, sobre a Celeste Uruguaia. Essa sim vai num caminho contrário ao nosso selecionado. Hoje o melhor time da América do Sul não tem muitas estrelas, jogadores com requintes habilidosos, mas tem o que o futebol atual pede. Tem conjunto, tem garra, amor pelo futebol e identificação com a pátria. Tem um goleiro seguro, defesa sólida, meio-campo compacto, um talento no ataque que atribui garra, faro de gol e a magia que tanto procuramos.
A vitória Uruguaia para muitos não reflete nada no Brasil exceto a participação de Lugano (ex-São Paulo), Loco Abreu (Botafogo) e Forlán (cujo o pai defendeu as cores do tricolor paulista). Ledo engano. O Uruguai representou para o pequeno país que o futebol pode simbolizar a luta de um povo. Que a seleção reflete o dia-dia do trabalhador que sua a camisa para levar o pão de cada dia.
E porque isso se perdeu no Brasil? Altos salários? Falta de comprometimento? Cobrança equivocada da imprensa? Pode ser um misto de todos esses questionamentos, porém, para dar inicio a recuperação do nosso bom futebol na seleção é a mudança na maneira de se dirigir a Confederação. Depois buscar uma equipe técnica que realmente venha escolher os melhores e dar ao selecionado um padrão tático, técnico convincente. Tirar das costas dos jovens talentos o peso do “temos que vencer” e recuperar aqueles que já estão acostumados com essa responsabilidade. O trabalho do Dunga, que tinha objetivo de renovação interrompeu o “processo de passagem”. E agora o Mano Menezes está mais perdido do que cego em tiroteio.
O Brasil da Copa América foi um bando desencontrado, individualista, sem padrão, sem força, sem pernas. Por isso a eliminação bizarra. Falta concentração, falta equilíbrio psicológico, falta competência de todas as partes. Por isso parabenizo o Uruguai, uma seleção capaz de edificar o povo, trazer o amor a pátria e transformas os gols em sorriso do seu povo. Parabéns a Celeste Olímpica !!!
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