quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Democrático e Errôneo


Hoje o Brasil vive uma democracia conquistada após anos de barbárie sob a ordem unida dos militares. Porém, em vários aspectos o ranço impetrado pelo passado persiste em seguirmos quando o assunto é formamos opinião sobre fatos ditos, por muitos, polêmicos. É assim que vejo o caso do jogador Mário Fernandes do Grêmio, que se recusou a se apresentar na Seleção Brasileira, que disputa com a Argentina, o “título” do Super clássico das Américas. O jogador simplesmente não se apresentou e alegou através da Assessoria de Imprensa do clube gaúcho, “que por motivos pessoais, não se apresentaria, mas que seguiria focado no trabalho realizado no clube”.

Nessa questão de julgarmos o que é certo e o que é errado vejo como inusitada e corajosa a atitude do atleta. Ele simplesmente deixou claro que não gostaria de fazer parte de um jogo na qual não leva ninguém, nem mesmo os jogadores, a lugar nenhum, exceto patrocinadores e televisão. Pode ter sido uma bola fora do jogador, já que é jovem e seleção sempre dá projeção internacional ao profissional. Agora, sem demagogia, a gente desce a marreta no trabalho do Mano Menezes que até agora não apresentou um resultado satisfatório e a atitude do Mário Fernandes foi simplesmente de não concordar e não querer fazer parte do trabalho.

Essa atitude cabe a qualquer profissional escolher onde e com quem trabalhar, saber se o trabalho pode ser rentável aqui ou ali. Esse discurso de que “servir” a seleção é obrigação de todo jogador de futebol, que a desistência do jogador beira ao absurdo, isso é discurso enraizado da era patriotista e de deserção introduzidos nas décadas de 60 e 70. Hoje, o cidadão, o profissional tem direito a fazer suas escolhas. O velho discurso de que é um sonho vestir a amarelinha pode estar caindo por terra, já que a geração que agora surge, pouco tem contato com a seleção, já que amistosos, em sua maioria são realizados fora do país, os ídolos vão para a Europa. O sonho do nosso jovem é ir fazer carreira no exterior. E a seleção para muitos nem serve mais de trampolim. Mário Fernandes não enxerga hoje, na seleção brasileira, um status de grande jogador e por opção pessoal não quis ir para esse amistoso.  A decisão tem ser respeitada.

Agora ele também terá que arcar com todas as conseqüências que isso pode trazer para o futuro profissional. O cara está sendo metralhado por todas as partes. O empresário do jogador está tirando as calças pelo pescoço, já que repercursão está sendo muito negativa para o lado do jogador.

O que quero deixar bem claro é que não vejo como absurda a decisão do Mário Fernandes. Prefiro analisar pelo simples fato de que ele não quis fazer parte de uma seleção que não vai mudar, em nada, a preparação visando a Copa de 2014. Agora, é fato de que não será mais lembrado para tal competição.
Se outros problemas particulares foram fatores que o levaram a tomar essa decisão, tal dificuldade deve ser tratada. Me refiro ao sumiço que o mesmo atleta teve anos atrás ao desaparecer da concentração do Grêmio sendo localizado alguns dias depois no interior de São Paulo.  

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