O futebol brasileiro precisa, de uma vez por todas, acordar para um mal que nos atingiu e ninguém se deu conta. Uma mistura de soberba e prepotência aliada ao "achismo" de que somos os melhores do mundo. Desde 2002 não somos os melhores. Para ser o melhor tem que vencer. Não importa como seja conquistado (de forma lícita) o resultado, mas ele tem que ser alcançado.
Não foi fato isolado o que aconteceu no dia 4 de maio de 2011. é apenas resultado de um processo que acompanha o futebol brasileiro a décadas. Sei que vão me crucificar, mas a seleção de 1982 iniciou esse gosto do convenceu e não venceu. Um time fantástico, sem dúvidas, mas de resultado frustrante. E essa sensação de que podemos vencer sempre que pudermos ficou um pouco para trás. Outra coisa que fez mudar nossa origem vencedora foi a padronização européia em nosso futebol. SE no "velho continente" o time joga num sistema tático, o Brasil vai e imita. Se mudam, o nosso futebol muda. Há muito deixamos de ser originais, autênticos, verdadeiros, temidos.
Veio 2010 e o Internacional comprovou o que estava escondido. A soberba que entrou no Mundial do clubes foi desmascarado pelo Mazembe. Ontem, com a vantagem, Inter, Cruzeiro e Fluminense faziam o jogo só para garantir a passagem de fase. Só esqueceram de lembrar que no esporte competitivo como o futebol, os adversários são nivelados, esperançosos e competentes, mesmo que desconhecidos.
E mostraram que a faltam de humildade até hoje pega o brasileiro pelo pé. O Cruzeiro de melhor campanha sucumbiu diante do Once Caldas, o pior entre os 16 melhores. O Flu não resistiu ao desejo incessante de vencer dos Paraguaios. O Inter, esqueceu que o Peñarol é time de tradição e preferiu se apegar a decadência do futebol uruguaio, desmistificada com o quarto lugar na Copa de 2010.
A Copa de 2014 poderá ser uma enorme frustação se desde já, desde as equipes, não mudarmos a filosofia de jogo fácil, do ganhamos a qualquer momento, somos os melhores. Não somos os melhores há muito tempo e temos que repensar isso. De quem é a culpa? De todos aqueles que estão incluídos no processo. Nos formadores de opinião, nos formadores de times, nos formadores de elenco, nas tabelas, horários, organização, negociação de atletas, no sistema num todo. Ou muda de atitude, ou adeus a tão sonhada hegemonia.
Uma excelente análise!!! Very good! Parabéns Rodrigo. Também acho q o futebol brasileiro precisa rever os seus conceitos. Esse papo de já ganhou ficou para trás a muito tempo. Precisamos resgatar o estilo brasileiro de jogar futebol.
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